Esposa de PM réu por invasão de fazenda em Boa Vista também é indiciada por furto e fraude processual

Foto: Reprodução

Maria Giselle Nogueira de Lima, de 36 anos, esposa do tenente da Polícia Militar Cleonio Santos da Silva, foi indiciada pela Polícia Civil por participação no crime de invasão de uma fazenda e intimidação ao empresário Ruidglan Costa Meneses, seu ex-marido.

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O caso, que envolveu o uso de viaturas e policiais da PM, ocorreu no dia 7 de março, na zona rural de Boa Vista, capital de Roraima.

De acordo com o delegado Jonathan Henrique Sedlacek Freese, do 4º Distrito Policial, Maria Giselle foi indiciada pelos crimes de furto qualificado, fraude processual e esbulho possessório (invasão de propriedade com violência ou grave ameaça). O relatório da Polícia Civil aponta que ela teve participação “central” no crime, sendo acusada de desligar o sistema de câmeras de segurança da fazenda e ficar com 10 cartões de memória que armazenavam as gravações.

O tenente Cleonio, que também é réu no processo, chegou a ser preso, mas foi liberado em dezembro de 2023, após oito meses de detenção. A Justiça determinou medidas cautelares, como proibição de contato com a vítima e testemunhas, além de recolhimento noturno em casa.

A investigação revelou que Cleonio, que estava de serviço no dia do crime, usou duas viaturas da PM e contou com o apoio de quatro policiais para invadir a fazenda e intimidar Ruidglan. O casal alegava que a propriedade pertencia a Maria Giselle, mas as ações foram consideradas ilegais e abusivas.

Além de Maria Giselle, o tenente Cleonio e outros três PMs envolvidos são réus pelos crimes de prevaricação, constrangimento ilegal, dano qualificado, roubo qualificado, ameaça, invasão de domicílio e inovação do estado de lugar (alteração fraudulenta de um local para evitar responsabilidade criminal).

O caso tramita na 1ª Vara do Tribunal do Júri e da Justiça Militar. A reportagem do g1 procurou a defesa de Maria Giselle e o Tribunal de Justiça de Roraima para obter mais informações, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria.

A indicação de Maria Giselle reforça a complexidade do caso, que envolve abuso de autoridade, violência e supostas tentativas de ocultação de provas. O desfecho do processo será crucial para definir as responsabilidades dos envolvidos.

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