A Polícia Civil de Boa Vista identificou a primeira vítima entre os nove corpos encontrados em um cemitério clandestino descoberto em janeiro. A vítima é a venezuelana Noelis Del Valle Cana, de 38 anos, que estava desaparecida desde 8 de novembro de 2024.
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A identificação foi realizada por meio de exames de arcada dentária, conforme informou o Instituto de Medicina Legal (IML).
Segundo o IML, a causa da morte de Noelis foi choque hemorrágico decorrente de ferimentos causados por arma branca. O corpo deve ser liberado em breve para a família. A diretora do IML, Marcela Campelo, destacou que a identificação foi possível graças ao confronto de dados odontológicos coletados pela equipe técnica. “Esse trabalho, feito com precisão e dedicação, é um passo crucial na investigação, que busca justiça para as vítimas e seus familiares”, afirmou.
O cemitério clandestino foi descoberto em 20 de janeiro, em uma área de mata entre os bairros Pricumã e Cinturão Verde. Inicialmente, foram encontrados cinco corpos, incluindo duas mulheres enterradas na mesma cova. Após três dias de buscas, mais quatro corpos foram localizados, totalizando nove vítimas. A polícia suspeita que os crimes tenham ligação com facções criminosas e investiga se os responsáveis usaram cal para disfarçar o odor dos corpos.
A delegada geral da Polícia Civil, Darlina de Moura Viana, informou que as vítimas foram mortas a facadas, e não a tiros. “Os criminosos usaram cal para reduzir o cheiro e dificultar a localização dos corpos. O primeiro corpo foi enterrado há cerca de seis meses, e os demais são mais recentes”, explicou.
Enquanto o IML trabalha para identificar as outras oito vítimas, a polícia pede que familiares de desaparecidos compareçam ao instituto com documentos pessoais, exames odontológicos ou outros materiais que possam auxiliar no reconhecimento. A operação contou com a participação de diversas equipes especializadas, incluindo o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e a Delegacia de Repressão a Ações Criminosas Organizadas (DRACO).
Dois homens já foram presos sob acusação de ocultação de cadáver, associação criminosa e ameaça. As investigações continuam para esclarecer os detalhes dos crimes e identificar os demais envolvidos.